Doenças fetais mais comuns
A Mielomeningocele é um tipo de espinha bífida, defeito congênito que ocorre quando os ossos da coluna não se formam completamente logo no início da gravidez. Essa malformação é uma das formas mais graves da doença, pois uma parte da medula espinhal do bebê se projeta através da abertura da medula espinhal, prejudicando o desenvolvimento da criança ainda no útero da mãe devido à exposição ao líquido amniótico. Diagnóstico: Geralmente a doença é detectada durante o exame de ultrassom, realizado na 20ª semana de gestação, quando é possível perceber alterações na formação do feto. Procedimento: A mielomeningocele pode ser corrigida com cirurgia fetal ou pós-natal, realizada por via aberta ou vídeocirúrgica.
A Síndrome da Transfusão Feto-Fetal pode ocorrer em gestações de gêmeos que estão dividindo a mesma placenta, mas em bolsas diferentes. É resultado de um desequilíbrio no fluxo de sangue entre os bebês, onde um deles recebe mais sangue do que o outro, tornando-os receptor e doador. Diagnóstico: Realizado através do exame de imagem, observa-se a diferença de tamanho entre os fetos, onde o bebê menor é doador e o maior, receptor, além da quantidade de líquido amniótico e o tamanho das bexigas. Procedimento: É possível realizar correções dentro do útero com a retirada de líquido da bolsa amniótica ou através da cauterização à laser dos vasos comunicantes que causam esse problema.
A Hérnia Diafragmática Congênita é uma malformação no músculo que permite a passagem do conteúdo da cavidade abdominal para o tórax, impedindo o desenvolvimento adequado dos pulmões do bebê. Diagnóstico: Durante a ultrassonografia morfológica é possível identificar a subida das vísceras para o tórax. No decorrer da vida intrauterina essa malformação não causa danos ao feto. Porém, logo após o nascimento, esse defeito precisa ser corrigido cirurgicamente para que o bebê não tenha insuficiência respiratória e outras complicações relacionadas a doença. Procedimento: A oclusão traqueal fetal é indicada para os casos mais severos, visto que induz o desenvolvimento dos pulmões comprimidos e aumenta a sobrevida. Já para os casos menos graves, o tratamento pós-natal é considerado ideal para a realização da cirurgia de fechamento do diafragma.
O Derrame Pleural Fetal é caracterizado pelo acúmulo de líquido no tórax do bebê, o que pode levá-lo a óbito durante a vida intrauterina ou neonatal. Esse problema pode ser causado por malformações cardíacas, doenças infecciosas e até mesmo devido as anormalidades cromossômicas. Diagnóstico: Pode ser perceptível a partir da 27ª semana de gravidez, através da realização do exame de imagem onde é possível visualizar uma faixa de próxima aos pulmões, geralmente, comprimidos. Procedimento: Através de um cateter inserido no tórax do feto, com o auxílio da ultrassonografia, o líquido pleural é drenado para o líquido materno. O procedimento permite que os pulmões voltem a se desenvolver normalmente.
A Anemia Fetal é considerada uma doença grave, porém, atualmente já pode ser tratada antes do nascimento, reduzindo o prejuízo no que se refere ao desenvolvimento do bebê. Pode ser motivada pela incompatibilidade sanguínea dos pais e por causas não imunes, como infecção. Diagnóstico: Através da análise de exames de imagem a fim de detectar o inchaço do feto, devido ao acúmulo de líquido. Ou pela medição da velocidade do sangue da artéria cerebral média. Procedimento: Em casos mais graves, o único tratamento capaz de prevenir a morte fetal, por insuficiência cardíaca, é a transfusão de sangue intrauterina. Essa intervenção, realizada por meio do cordão umbilical, diminui os riscos de danos neurológicos.
A Brida Amniótica ocorre quando há um conjunto de malformações congênitas que consistem em pequenos anéis fibrosos que causam o aprisionamento dos membros e dedos do feto, dentro do saco amniótico, podendo decorrer ou não a amputação dos mesmos. Também é capaz de causar anomalias maiores, múltiplas ou isoladas. Diagnóstico: Através da ultrassonografia é possível detectar membros com mobilidade limitada e com alterações no fluxo sanguíneo. Procedimento: A Cirurgia Fetoscópica ou Lise de Brida Amniótica é indicada para promover a ruptura destes anéis e, assim, liberar as extremidades comprometidas para o restabelecimento do fluxo sanguíneo no local. Em casos menos graves, a cirurgia reconstrutiva pode ser realizada após o nascimento do bebê.
A Malformação Fetal Adenomatóide Cística consiste em uma alteração congênita que resulta na formação de cistos de diferentes tamanhos nos pulmões. Essa malformação, que pode ser caracterizada de forma macrocística (tipo mais comum), microcística ou mista, impede o desenvolvimento adequado dos brônquios respiratórios terminais. Diagnóstico: A ultrassonografia é capaz de detectar as lesões e fazer o monitoramento para saber se as mesmas estão aumentando, gerando hipoplasia pulmonar no feto ou até mesmo diminuindo, podendo desaparecer no decorrer da gravidez. Procedimento: Na forma macrocística, dependendo do caso, poderá ser realizada a drenagem do cisto. Já na microcística, o tratamento adequado é a administração de corticoide para a mãe.
O Sequestro Pulmonar é caracterizado pela rara anomalia congênita que envolve parênquima e vascularização pulmonar. Apresenta-se nas formas extralobar, detectado na vida intrauterina, e intralobar, quando se desenvolvem através de infecções pulmonares frequentes em adolescentes e adultos. Diagnóstico: A ecografia morfológica torna viável o diagnóstico durante o pré-natal, antes do nascimento do bebê, por meio da visualização de massa no pulmão do feto. Procedimento: Acompanhar a evolução do caso e avaliar a viabilidade da realização da ablação intrauterina por laser. O procedimento é considerado uma intervenção minimamente invasiva, a fim de interromper o fluxo sanguíneo para que o sequestro pare de aumentar.
A Válvula de Uretra Posterior manifesta-se mediante malformação durante o desenvolvimento do feto. Essa obstrução uretral, incide em crianças do sexo masculino, dificulta o esvaziamento da bexiga e pode, rapidamente, comprometer a função renal. Diagnóstico: Durante o pré-natal, quando percebe-se a dilatação da bexiga do feto e a diminuição do líquido amniótico. Procedimento: É indicada a cirurgia intrauterina para a drenagem da urina da bexiga do feto ou a desobstrução da válvula.
As Malformações Cardíacas são decorrentes do estreitamento das válvulas de saída dos ventrículos cardíacos, desencadeando uma série de defeitos no desenvolvimento das câmaras cardíacas direitas e esquerdas do coração fetal. Tais problemas podem resultar em desnutrição, diminuição da capacidade física e mental. Diagnóstico: Com o auxílio da ecocardiografia fetal, a partir da 12ª semana de gestação, a doença poderá ser acompanhada através de exames rotineiros. Procedimento: A cirurgia fetal é realizada para introdução de balão dilatador com o objetivo de alargar as estruturas do coração do bebê.
Também conhecida como Síndrome TRAP, é uma doença que afeta apenas gestações gemelares onde os fetos compartilham a mesma placenta. O problema consiste quando um “feto acárdico”, sem sistema cardíaco funcional, recebe sangue do gêmeo que possui desenvolvimento adequado. Ainda assim, o feto receptor pode não sobreviver, tornando-se uma massa parasita, e o feto que estava saudável apresentará insuficiência cardíaca e aumento do fluxo sanguíneo para os rins, visto que haverá excesso do produção de líquido amniótico. Diagnóstico: O período ideal para o diagnóstico é no primeiro trimestre da gestação gemelar. Durante o exame de ultrassom, é possível acompanhar a saúde dos fetos individualmente e analisar as alternativas para o tratamento adequado de cada um. Procedimento: Cirurgia intrauterina para remoção da circulação que nutre a massa fetal parasita, mediante fotoscopia à laser ou eletrocautério bipolar.
A Malformação Fetal Teratoma Sacrococcígeo é um tumor derivado das células germinativas, mais comum no sexo feminino, cujo crescimento ocorre a partir do cóccix. Ao ganhar grandes proporções pode causar dano ao coração do feto, desenvolvendo insuficiência cardíaca, hidropsia (inchaço generalizado) e óbito. Diagnóstico: A ecografia é capaz de visualizar o tumor e detectar sinais de insuficiência cardíaca no feto de maneira precoce. Procedimento: Pode-se realizar a remoção percutânea dos vasos sanguíneos localizados no interior do tumor. Além da cirurgia fetal a céu aberto, que possibilita a extração total do tumor.
A Restrição de Crescimento Seletiva está presente em gestações gemelares, sendo monocoriônicas (quando os fetos compartilham a mesma placenta). Ocorre quando um dos fetos está abaixo do peso considerado ideal, enquanto o outro gemelar consegue atingir o peso adequado. Existem três tipos de restrição de crescimento seletiva (tipo I, II e III) e cada uma delas oferece riscos diferentes aos fetos. Seu diagnóstico é importante para evitar a transfusão feto-fetal, que pode levar os gemelares à morte. Diagnóstico: Deve-se confirmar que a gestação é monocoriônica para que se faça a medição da cabeça, abdômen e fêmur. Assim, é possível estimar o peso de cada um dos bebês e identificar se um deles apresenta crescimento restrito, enquanto o outro tem crescimento dentro do padrão. Procedimento: Não existe tratamento. Contudo, se faz necessário o acompanhamento semanal através de ultrassonografia para zelar pela saúde dos fetos. Em casos graves, a cirurgia fetal endoscópica é indicada.
As Massas ou Tumores Cervicais surgem de forma cística ou sólidas e podem comprimir a via aérea fetal, pondo em risco a capacidade de respiração do recém-nascido que pode vir a óbito. Diagnóstico: Entre 18 e 22 semanas de gestação, durante a ecografia morfológica, por meio da visualização da massa no pescoço do feto. Procedimento: Para a garantia da via aérea do recém-nascido, é indicado o Procedimento de Exit logo no momento do parto.